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Educação Lúdica X Educação “séria”: qual conceito seguir?

Quando os pais determinam que chegou a hora de seus filhos irem para a escola, é comum que se inicie uma jornada de busca. Os pais vestem a capa de protetores, e também de clientes, e partem para encontrar um local em que sintam segurança e firmeza para deixar os pequenos.

Além de questões como ambientação, preparação do corpo docente, gentileza dos funcionários e, claro, o preço, existe um outro assunto que é bastante sensível neste momento.

Trata-se da metodologia adotada.

Em escolas de educação infantil, há um tipo de questionamento bastante comum:

Devo procurar uma escola com uma proposta de ensino mais lúdico ou apostar no tradicional sistema de ensino mais sério?

O que é Educação Lúdica?

Para quem não está familiarizado com o termo, é considerada educação lúdica o sistema pedagógico no qual as crianças desenvolvem atividades de integração, entrega e prazer.

Não se trata apenas de jogos e brincadeiras, mas de ações que os envolvam com alguns temas de maneira que fuja um pouco do “conceito de aula”, aquela imagem do professor ensinando e as crianças sentadas e escutando.

A ludicidade pode ser entendida como as atividades em que não há apenas o diálogo entre alunos e professores, há o estímulo à imaginação e às fantasias, e isso é feito por meio de materiais simbólicos, brinquedos, jogos e muito mais.

Durante os primeiros anos, a brincadeira é a linguagem da criança, e isso faz com que muitas escolas adotem uma educação lúdica como forma de envolver  de maneira mais profunda os pequenos com aquilo que é transmitido na escola.

Mas, então, a Educação lúdica é mais “fraca”?

Muitas pessoas acreditam que no sistema de ensino lúdico, as crianças não aprendem nada e só brincam.

Isso não é verdade.

Como dissemos, a brincadeira é uma das linguagens da criança, portanto, gerar o contexto para  brincadeiras didáticas é uma forma de envolvê-las e as fazerem compreender os temas abordados durante o momento escolar.

Essa perspectiva tem como origem algo enraizado no nosso conceito de escolaridade. Fomos ensinados que aprender é sinônimo de dureza, de sofrimento e rigidez em sala de aula.

Esse tipo de imagem remete à educação adotada décadas atrás, quando ainda se discutia a efetividade de outros modelos de ensino.

É necessário esclarecer que brincadeira e ludicidade não se separam de aprendizagem e de ensino sério e consistente.

Talvez não seja ao acaso que Michel De Montaigne – grande ensaísta e inspirador de toda a pedagogia moderna – escreveu certa vez que:

“O mais visível sinal de sabedoria é uma alegria constante”.

No sistema lúdico, a felicidade das crianças e sua motivação para ir à escola é aparente, afinal, elas passam a encarar o momento escolar como algo prazeroso, no qual elas aprendem novas coisas sem que isso se torne maçante.

E a educação séria? Não vale mais a pena?

Antes de qualquer coisa, é preciso desmistificar essa ideia de educação séria. Atividades lúdicas não pecam por falta de seriedade, muito pelo contrário, a educação lúdica é desenvolvida com muito cuidado para que atinja resultados tão bons, ou melhores, que aqueles obtidos com o ensino tradicional.

No momento de escolher uma escola para seu filho pequeno, leve em consideração que ele vai estar se separando do núcleo familiar e deixando de lado (mesmo que por algumas horas apenas) todo o conforto de seu lar e suas atividades.

Ou seja, um brusco choque de realidade pode culminar em uma grande rejeição ao ambiente escolar.

Outro ponto importante: crianças pequenas ainda estão desenvolvendo habilidade motoras e cognitivas, e isso faz com que elas nem sempre estejam prontas para atividades educacionais tradicionais.

Uma boa pedagogia para educação infantil precisa levar isso em consideração, principalmente na fase dos 0 aos 3 anos, quando a criança está se desenvolvendo a todo vapor.

Cada fase de desenvolvimento precisa ser respeitada e estimulada da maneira certa, a fim de formar seres humanos mais plenos e conscientes de seu papel. Forçá-los a queimar etapas nessa fase é enormemente prejudicial para seu desenvolvimento.

Diante dessa realidade, fica claro que não há formas de realizar um desenvolvimento completo sem envolver atividades lúdicas, ou seja, não existe essa separação entre seriedade e ludicidade quando o assunto é educação.

Uma boa educação para seu filho é aquela que une aprendizado com ludicidade e brincadeira, justamente porque educação e felicidade são irmãs gêmeas, que sempre andam de mãos dadas.

Mas, então, o que fazer?

No papel de responsável pelo desenvolvimento dos seus filhos, a melhor posição é buscar informações e comparar propostas pedagógicas. Cada escola possui um estilo e muitas delas variam na metodologia adotada.

Cabe a você analisar as propostas apresentadas e ver qual delas lhe parece mais apropriado para o desenvolvimento do seu filho. É claro que existem pais que foram criados na educação rígida das décadas passadas e ainda acreditam que brincadeiras não ensinam nada, porém, essa teoria vai caindo por terra caso haja um pouco de pesquisa e aprofundamento nos temas.

É preciso quebrar com a ideia de que escola não muda. Não é porque os pais são pessoas bem formadas em escolas antigas que os filhos não possam ser tão bem formados quanto eles, só que iniciando sua trajetória escolar em um ambiente mais lúdico.

O ambiente escolar deve passar por modificações ao longo dos anos, isso é um sinal de evolução e de preocupação com a sua eficiência como formador de novas pessoas.

A melhor maneira de evitar frustrações (suas e de seus filhos) com o ensino é por meio do conhecimento, portanto, não deixe de conversar com professores e coordenadores pedagógicos.

Não restrinja as visitas às escolas apenas ao diálogo com a secretaria e um breve passeio pela estrutura. Conhecer como os profissionais encaram a formação infantil é o primeiro passo para escolher uma instituição preparada e qualificada para contribuir com a evolução dos pequenos!

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