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Você conhece a Síndrome do Bebê Sacudido? Saiba o que é, sintomas e como evitar

Crianças de 0 a 3 anos de idade estão suscetíveis a uma lesão cerebral grave, a síndrome do bebê sacudido. Os pequeninos correm este risco porque são muito sensíveis e ainda não têm seu corpo formado com as proteções naturais. Por isso, precisam de atenção e cuidados especiais. 

A síndrome do bebê sacudido, também conhecida como SBS, é uma forma de abuso infantil que pode causar dano cerebral permanente ou até a morte da criança. Uma das principais causas é a falta de conhecimento dos pais ou cuidadores do bebê, que muitas vezes não têm o domínio para lidar com as reações da criança, não conseguem conservar a calma e tentam acalmá-la sacudindo inadequadamente.

Quando as sacudidas são muito bruscas, podem causar lesão cerebral severa ocasionada pelo rompimento de pequenos vasos na região cervical que reduz a oxigenação no cérebro da criança.

Devido a seriedade e aos graves danos que pode resultar, é preciso conhecer bem os sintomas da SBS e principalmente como acalmar o bebê. 

Sabemos que seu filho é o que há de mais importante para você e que a saúde dele é sempre prioridade. Por isso, neste conteúdo vamos explicar o que é a síndrome do bebê sacudido, como identificar os sinais de que a criança está sofrendo do problema e como recorrer à orientação médica especializada.

Boa leitura!

O que é a Síndrome do Bebê Sacudido?

Como você já deve ter reparado, as crianças de 0 a 3 anos são um tanto “cabeçudinhas”. Quando criança, nossa cabeça representa entre 10 a 15% de nosso peso corporal, enquanto na maturidade, nossa cabeça chega a atingir apenas entre 2 a 3%. 

Mas, o que isso tem a ver com a síndrome do bebê sacudido?

Como dito no início do conteúdo, os bebês são sensíveis, pois suas proteções naturais ainda não se formaram completamente. Nesta etapa da vida, a musculatura cervical é pouco resistente e se esforça continuamente para sustentar a pesada cabeça do bebê.

Quando os pequeninos são sacudidos com força, o cérebro, muito frágil devido a estrutura óssea do crânio ainda não completamente formada, se movimenta para frente e para trás dentro do crânio.

As forças aplicadas no movimento, de aceleração e desaceleração, em conjunto com as rotações no pescoço induzidas pelo ato de sacudir a criança, movimenta bruscamente sua massa encefálica.

As diferentes forças e velocidades bruscas aplicadas em direções opostas, fazem com que o tronco encefálico colida com a calota craniana do bebê, podendo causar diferentes tipos de lesões teciduais e vasculares, seja por contusão, cisalhamento ou rompimento. 

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Quais os fatores de risco que podem colaborar com o surgimento da síndrome do bebê sacudido?

A síndrome do bebê sacudido, geralmente, tem sua origem quando um dos pais ou cuidadores da criança sacodem o pequenino com muita força por causa de frustração ou raiva gerados pela não compreensão dos pedidos/alarmes, ou seja, quando não conseguem fazer o bebê parar de chorar. 

É muito raro que a SBS ocorra por quedas leves ou brincadeiras. Normalmente, é induzida pela força excessiva do adulto no desespero ou frustração de não conseguir acalmar o bebê.

Desta forma, no que diz respeito à síndrome do bebê sacudido, podem ser classificados como fatores de risco para a criança as seguintes situações:

  • Pais com expectativas surreais em relação ao bebê;
  • Estresse excessivo dos pais e/ou cuidadores;
  • Pai e/ou mãe inexperientes ou muito jovens;
  • A presença de adultos com histórico de abuso de álcool ou outras substâncias;
  • Instabilidade familiar;
  • Pai e/ou mãe com histórico de depressão ou maus tratos na infância.

Como você pode observar, a maioria dos fatores de risco estão envolvidos com abalo emocional e/ou distúrbios psicológicos de diferentes origens. Por isso, além de tentar acalmar a criança, os pais e/ou cuidadores também devem se preocupar com a própria saúde mental e emocional.

Quais são os sintomas da Síndrome do Bebê Sacudido?

Quando falamos sobre síndrome do bebê sacudido, é importante ressaltar que os sintomas variam de acordo com a região do cérebro que foi afetada. Portanto, não existe uma lista “fixa” de sintomas.

No entanto, na maioria dos casos de SBS, é detectado um dano axonal difuso, ou seja, uma lesão no axônio, parte das células neurais do cérebro responsáveis por emitir os impulsos nervosos.

Os sintomas que podem indicar dano axonal difuso são:

  • Alterações abruptas do nível de consciência;
  • Criança confusa ou muito irritada;
  • Sono excessivo;
  • Problemas respiratórios;
  • Falta de ar (hipoventilação);
  • Palidez ou cianose (cor azulada ou acinzentada na pele dos lábios, nas unhas, lábios ou ao redor dos olhos);
  • Dificuldades motoras;
  • Convulsões;
  • Coma, sintoma que muitas vezes culmina em óbito.

É muito importante saber que é comum o bebê não apresentar sinais de lesão física externa, em poucas ocasiões são detectadas pequenas escoriações no rosto. 

Outros sinais que podem ser fortes indícios da síndrome do bebê sacudido são:

  • fraturas sem explicação;
  • hemorragias subdurais (acúmulo de sangue nos espaços meníngeos, região entre o cérebro e a membrana que o envolve);
  • hemorragias subaracnóideas (similar a subdural, porém atingem diferentes espaços da região entre o cérebro e a membrana que o envolve;
  • hemorragias cerebrais;
  • hemorragias na retina.

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Como diagnosticar e tratar a Síndrome do Bebê Sacudido?

Identificar a possibilidade da síndrome do bebê sacudido e diagnosticá-lo efetivamente é crucial para a saúde e bem-estar da criança, que pode conviver com sequelas sérias, já que a SBS pode causar danos cerebrais irreversíveis. 

Veja alguns exemplos de complicações permanentes que podem ser ocasionadas pela síndrome do bebê sacudido:

  • Cegueira total ou parcial;
  • Atraso no desenvolvimento intelectual, dificuldades na aprendizagem ou distúrbios de comportamento;
  • Deficiência intelectual e cognitiva;
  • Convulsões;
  • Paralisia cerebral.

Infelizmente, quando identificada tardiamente, os danos são intensos, sendo possível que o quadro de saúde da criança evolua para o óbito.

Por este motivo, ao identificar qualquer um dos sintomas descritos no tópico anterior, os pais devem urgentemente procurar o pediatra da criança. 

Para diagnosticar a doença, o especialista pode solicitar a realização dos seguintes exames:

  • Radiografia de ossos;
  • Exames laboratoriais;
  • Ressonância magnética do crânio;
  • Tomografia computadorizada;
  • Exame do fundo do olho; e
  • TC de emissão de fóton único (SPECT).

Dependendo do nível das lesões, o tratamento pode utilizar apenas medicamentos, mas é comum psicoterapia e cirurgia para reparar os danos cerebrais.

Dicas para acalmar o bebê

O principal gatilho para que os pais e/ou cuidadores sacudam bruscamente o bebê é a falta de habilidade ou incapacidade de acalmá-lo. Por isso, para evitar qualquer risco de síndrome do bebê sacudido, é necessário saber como acalmar a criança.

Confira algumas dicas para isso:

  • Primeiro passo é manter a calma e tentar interpretar o que o bebê está tentando sinalizar aos pais/cuidadores;
  • Procure olhar o bebê nos olhos para sintonizar-se com ele;
  • Converse com o bebê em tom suave e amoroso, descreva o que está acontecendo como forma de ajudá-lo a conter suas emoções
  • Deite o bebê de lado, com o corpinho em cima do braço esquerdo, deixando sempre os bracinhos e as perninhas livres. Essa posição é ótima para aliviar cólicas e liberar os gases;
  • Faça barulhinhos repetitivos, como “shhh” em tom alto. Você também pode ligar um ventilador ou deixar um rádio com som bem baixinho. Esses barulhos remetem ao sons que o bebê escutava quando estava no útero.

Pronto, chegamos ao final deste conteúdo. Agora você sabe o quão grave e preocupante pode ser a síndrome do bebê sacudido. É importante para você que é pai/mãe ou cuidador, buscar formas de manter seu controle emocional e, principalmente, se informar sobre como cuidar adequadamente dos pequeninos. E, caso identifique qualquer um dos sintomas apresentados, não hesite em agendar uma consulta com o pediatra do seu filho. A ajuda especializada se faz indispensável em casos como esse.

Gostou do que aprendeu até aqui? Se tiver interesse por mais conteúdos de saúde e desenvolvimento infantil, continue navegando em nosso blog! São diversos conteúdos postados mensalmente.

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